terça-feira, 29 de novembro de 2016

O Islão nas palavras do Profeta Muhammad (a Paz e as bênçãos divinas desçam sobre ele)



Sobre os “Cinco pilares do Islão” e sobre os pilares da fé

Omar Ibn Al Khattab narrou que num dia em que ele e outras pessoas estavam sentados em companhia do Mensageiro de Deus, aproximou-se dele um homem com roupa de resplandecente brancura, que tinha cabelos intensamente pretos. «Não se lhe notavam sinais de que tivesse viajado, nem tampouco o conhecia nenhum de nós. Sentou-se em frente ao Profeta, apoiando os joelhos contra os do Profeta; e, pondo as mãos sobre as pernas dele, disse: “Ó Muhammad, fala-me a cerca do Islão [islâm]”. O Mensageiro de Deus lhe respondeu: “O Islão exige que prestes testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e de que Muhammad é o Seu Mensageiro; que observes a oração e que pagues o zakât [esmola legal]; que jejues no mês de Ramadão, e que realizes a peregrinação à Caaba, se tens meios para isso”. O homem disse: “Disseste a verdade”. A nós surpreendeu-nos que lhe perguntasse, e que logo confirmasse a verdade. O homem voltou a perguntar: “Fala-me sobre a Fé [imân]”. E o Profeta lhe respondeu: “Que creias em Deus, em Seus anjos, em Seus mensageiros e no Dia do Juízo. E que creias na predestinação, tanto no bom como no mau”. E o homem disse: “Falaste a verdade. Fala-me agora sobre a Excelência [ihsân]”. O Mensageiro de Deus respondeu: “Que adores a Deus como se estivesses vendo-O, pois se não O vês, Ele te vê”. O homem disse: “Fala-me acerca da Hora (do juízo)”. Disse o Profeta: “Quem está a ser interrogado acerca disso não tem melhor conhecimento do que quem está a fazer a pergunta”. O homem insistiu: “Fala-me, então, dos seus sinais”. Disse o Mensageiro: “Será quando a escrava der à luz a sua própria senhora, e quando vires os mal vestidos e desamparados pastores de ovelhas competindo nas construções dos altos edifícios”. Aquele homem foi-se, deixando-me pensativo por um bom tempo. O Profeta perguntou-me: “Omar, sabes quem era aquele que me perguntava?”. Eu disse: “Deus e o seu Mensageiro têm melhor conhecimento”. Disse ele: “Era o Anjo Gabriel, que veio ensinar-vos a vossa religião”.» (Muslim) 

O Profeta disse: «O Islão foi erguido sobre cinco pilares. È prestarmos testemunho de que não existe outra divindade além de Deus, e de que Muhammad é o Seu Mensageiro; o cumprimento das orações; o pagamento do zakât [esmola legal]; a peregrinação à Casa de Deus; e o a observância do jejum no mês de Ramadão.» (Bukhari e Muslim)

Definições do Islão e da fé inerentes ao comportamento do muçulmano

O Mensageiro de Deus (s) disse: «A fé tem mais de setenta ramificações, [desde] a mínima [que] é remover um obstáculo da rua, [até] a máxima [que] é declarar Lâ ilâha illâ Allâh [não há divindade salvo Deus].» (Muslim)

Sufyan ibn Abdullah Atthaqafi perguntou ao Mensageiro de Deus: «Fala-me do Islão para que não tenha de perguntar acerca dele a ninguém após ter perguntado a ti.» O Profeta respondeu: «Diz: “Tenho fé em Deus” e sê justo.» (Muslim)

«Nenhum de vós será um verdadeiro crente, até que deseje para o seu irmão o que deseja para si mesmo.» (Bukhari e Muslim) 

«Não vos prejudicais e não prejudicais aos outros» (Ibn Maja)

Sobre Deus Único e Misericordioso

«Quem falecer sabendo que não há divindade salvo Deus entrará no Paraíso» (Muslim)

«Não há outra divindade para além de Deus Único; Ele não tem par no Seu império; louvado seja Deus; Ele é Omnipotente.» (Bukhari)

O Mensageiro de Deus dizia: «Deus, louvado seja, disse: “Ó filho de Adão, sempre que Me suplicares e Me implorares, Eu perdoarei o que tiveres feito, e não Me importa o que fizestes! Ó filho de Adão, ainda que tuas faltas alcancem os limites do céu, se Me pedires perdão, perdoar-te-Ei! Ó filho de Adão, ainda que vieres a Mim, depois de cometeres tantas faltas, que dariam para encher a terra, e então se chegares a Mim sem teres associado nada a Mim, Eu te daria um perdão por igual.”» (Tirmidhi)

Misticismo

O Mensageiro de Allāh disse: «Allāh disse: «[...] E o Meu servo não se aproxima de Mim por nada que Eu mais ame, do que pelo que Lhe tornei obrigatório, e o Meu servo não deixa de se aproximar de Mim pelos atos sobrerogatórios, até que Eu o amo, e quando Eu o amo, Eu sou o ouvido pelo qual ele ouve, a vista pela qual ele vê, a mão pela qual ele agarra e a perna pela qual ele caminha. Se ele Me pede, Eu dou-lhe, e se ele busca refúgio em Mim, Eu abrigo-o. Em nada do que faço hesito tanto, como em tomar a alma de um Meu servo crente, a quem a morte repugna, pois repugna-Me causar-lhe dano.» (Bukhari)

São indicadas entre parénteses as coleções tradicionais em que se encontram os originais em língua árabe. 
As presentes traduções para português são obtidas a partir de várias antologias consultadas, tanto em português como em inglês.